terça-feira, 8 de junho de 2010

A CULPA É DO WALT DISNEY!


A CULPA É DO WALT DISNEY
Impressionante a pressão que as mulheres de quase trinta sofrem quando ainda são solteiras. E não me venham com essa que isso diminuiu! Não diminuiu e sabemos disto. Todas escutam incessantemente o quanto as mulheres solteiras são frustradas e infelizes. Não vou ser extremista, casar não me parece má ideia. A questão é como e pra quê?
Sobre isso escuto as mais variadas e infinitas barbaridades. É preciso casar para construir patrimônio – se fosse assim não seria a comunidade gay a mais bem sucedida e rica. Tem que casar para sossegar o “faixo” e parar de fazer merda na vida. Se isso fosse verdade os números de divórcio certamente seriam menores.
As barbaridades cedem lugar a incrível capacidade de compreensão do psicológico feminino: - olha a Josefina, não casou e é infeliz! Como se ficar solteira fosse sinônimo de solidão ou desastre afetivo-emocional. OK!OK! Se o problema é me apresentar exemplos falidos vou mostrar a JosIcleide, a JosIfátima, a Josimar e mais um monte de josiqualquercoisa casadas há séculos e PUTAMENTE infelizes. Aliás, se for para casar por causa da felicidade garantida é melhor mesmo continuar solteira , ou ainda começar a investir minhas energias na loteria. Conheço muito mais casamentos infelizes que o contrário. Já disse, não vou ser cínica, sou da geração das princesas do Walt Disney, espero que um homem bonito, rico, forte me salve das peripécias do mundo moderno. Que ao final nos casemos de branco diante de um cenário lindo. E depois que subam os créditos. O problema é esse! Quer dizer, o início do problema é esse! Não estamos preparados para o que vem depois dos créditos. Para a rotina, a fila do banco, o estresse, a mal entendido despropositado. Se não consigo fazer um namorado durar mais que um ano, imagina esperar o felizes para sempre?
Tem mais, pense sobre os príncipes da sua geração. A Bela e a Fera: o cara é um monstro, mal educado, grosseiro, deprimido... A princesa aparece, ele se apaixona e passa a ser bom moço. Aladim: Um falido, ladrão de quinta categoria, sem cultura, sujo, a princesa aparece e por sua causa ele se torna um príncipe... Fomos criadas para beijar sapos e esperar que eles se transformassem em algo encantado. Estamos treinadas a escolher o pior e esperar que por causa de nossos belos olhos e nossa charmosa voz eles se transformem em alguma coisa que presta. Não temos dedos podres porque somos burras, fomos é mal orientadas. Acreditamos que sob a nossa influência o homem se transformará algo que ele não é. Aí nos casamos e ficamos esperando a hora em que o feitiço de sapo passará e ele ganhará roupas mágicas e de alta costura. Como essa hora não chega nos frustramos! Nós não, que eu sou uma quase balzaca solteira e vítima cruel de críticas sobre a solteirice. Serei uma titia, talvez!
Mas e aí? Quem é mais frustrada? A pobre e beleza donzela que nunca beijou o sapo, se livrou dos germes e ainda tem a esperança dos créditos. Ou a princesa que beijou o sapo, subiu com ele no altar e está até agora lambendo lodo!
Talvez as meninas de hoje em dia tenham mais sorte no futuro, o príncipe delas é um ogro e ninguém espera que eles mudem, muito pelo contrário, são elas que deixam de serem princesas chatas e intocáveis e se transformam junto naquilo que há de pior! Vão morar num pântano mal cheiroso e ter uma trilogia de sucesso.
Só quero casar se for assim. Para que o príncipe-ogro respeite o que há de pior em mim, e ame até isso.

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